sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

DISPAREUNIA - TEMA SUGERIDO POR SEGUIDORES

 
Créditos da imagem: meteleco

A dispareunia segundo Seixas (2008) e Lopes (1994) é um processo que caracteriza-se por algia coital, ou seja, dor na relação sexual sem motivo orgânico, sendo mais frequente em  mulheres. O medo de sentir dor deixa a mulher tensa, alterando nas fases do desejo, da excitação, do orgasmo e da resolução diminuindo o prazer sexual.

A dor aparece como ardor, dor cortante, queimação ou contração, pode ser externa, na vagina, na bexiga, no útero na cérvix.(...) a dispereumia pode ser transitória (acontece às vezes), permanente (sempre surge) ou adquirida (surge depois de um tempo), generalizada (aparece com todos os parceiros sexuais e em todas as circunstâncias) ou situacional (ocorre com determinado parceiro sexual, com certo tipo de estímulo ou num contexto específico), podendo gerar um vaginismo (SEIXAS, 2008, p.22-23).

Masters, Johnson e Kolodny mencionam que apenas 1 e 2% das mulheres apresentam dispareunia como um sintoma permanente, mas cerca de 15% da população feminina sente alguma dor genital durante o coito.

A dor genital pode aparecer antes, durante ou depois do coito, pode acontecer em homens e mulheres, mas nos homens somente em casos raros.

É importante descartar as causas orgânicas, para isso é necessário uma consulta ginecológica. Este problema pode acontecer em qualquer idade, e com variações de ardor, dor cortante, queimação ou contração.

É importante delimitar a zona específica da dor, se é interna ou externa ou em que parte da vagina ocorre, ou seja, se é na bexiga, no útero, no colo uterino, intróito, ou na região média.

Além do tipo de dor e localização, é necessário identificar duração, intensidade, início e término da sensação de dor. Realizar um bom diagnóstico é essencial, para não haver confusão já que este problema pode alterar desejo, excitação e o orgasmo e confundir o diagnóstico. Esta confusão vai influenciar no tratamento, dificultando na recuperação, não alcançando o objetivo que é ajudar o paciente a alcançar uma relação sexual satisfatória.

É necessário identificar o sintoma como transitório, permanente, situacional ou generalizado. Ou seja, Saber se acontece as vezes, sempre, ocorre com determinado companheiro sexual, determinado tipo de estímulo ou num contexto específico ou se surge com todos os parceiros sexuais e em todas as circunstâncias.

VERDIER(2001) cita o DSM-IV para definir os critérios diagnósticos para dispareunia F52.6 (302-76):

  • Critério A: dor genital associada com o intercurso sexual;

  • Critério B: A perturbação deve provocar acentuado sofrimento ou dificuldade, dores leves a mais agudas, a dor pode ser superficial durante a penetração ou profunda durante os movimentos do coito.

  • Critério C: não se deve apenas ao vaginismo, ou falta de lubrificação, nem os efeitos de drogas, fármacos ou enferimidade médica. Não se considera dispareunia a dor ocasional durante o coito, desde que não seja persistente e nem cause mal estar ou dificuldade na relação interpessoal.

Temos que levar em consideração os subtipos:


- Transtorno existe desde o início da vida sexual;

- Aparece depois de um período de vida sexual normal;

- O transtorno não se limita a certa classe de estímulos, situações ou parceiros;

- Limita-se a determinado contexto;

- Devido a fatores psicológicos ou doenças médicas.

Afastadas as causas orgânicas teremos etiologicamente os fatores psicogênicos, geralmente ligados ao comportamento agressivo da mulher em relação ao homem, conflitos de identidade e de papel sexual e quadros fóbicos (caso de estupro anterior), que resultam na impossibilidade do ato sexual pela dor e inviabilizam a manifestação do papel sexual feminino.


Verdier (2001) diz alguns hábitos, comportamentos ou situações particulares que podem causar dispareunia:

- Irritação por produtos químicos anticoncepcionais: geléias, cremes, espumas supositórios.

- Inflamação devido ao material do diafragma e dos preservativos;

- Inflamação por manter o diafragma por um período maior do que o necessário;

- Excesso de higiene vaginal;

- Irritação genital por roupa íntima de náilon e calças muito apertadas;

- Fármacos e drogas que causam ressecamento, como anti-histamínicos, sedativos e maconha;

- Dermatite química por sabonete ou sprays perfumados;

- Utilização de DIU.



ATENÇÃO: É importante que os homens compreendam que não se trata de "FRESCURA", e que este problema acaba afetando todo o envolvimento sexual do casal.

A mulher ao perceber que está sentindo dor na relação sexual, deve procurar um ginecologista para descartar as causas orgânicas; Caso permaneça, procure um PSICOTERAPEUTA SEXUAL para ajudá-la a resolver o problema antes que agrave.

Créditos: clearpassage

A colaboração e participação do parceiro no tratamento de dispareunia favorece a melhora.

REFERÊNCIA:

SEIXAS, Ana Maria Ramos. Disfunções sexuais femininas. In: ABDO, Carmita H. N. História da sexologia. In: Ciência e vida psique edição especial. Como vai a sua vida sexual? 2008, ano III nº 9 editora escala

LOPES, Gerson(org). Patologia e terapia sexual. Rio de Janeiro: MEDSI, 1994. 236p

VERDIER, Virginia Martínez. Dispareunia. RODRIGUES JR. Oswaldo M (org.). Aprimorando a saúde sexual: manual de técnicas de terapia sexual- São Paulo: Summus, 2001.



Esta disfunção sexual na qual mais frequentemente encontramos causas orgânicas, as mais comuns são:
1- Processos inflamatórios: (da vulva e da vagina), colpite (inflamação do colo uterino) ou anexite (inflamação das trompas, dos ovários ou dos ligamentos suspensores do útero).
2- Modificações anatômicas da vagina: a vagina apresenta alterações de suas dimensões normais, tais como malformações vaginais (vagina dupla, septada, etc), ou consequências de cirurgias vaginais ou por traumas.
3- Alterações funcionais da vagina: durante o ciclo de resposta sexual, na fase de excitação, a vagina alonga-se e alarga-se, permitindo assim melhor acomodação do pênis. Como consequência de uma infecção ou de uma cirurgia, pode ocorrer que restem cicatrizes vaginais que dificultem ou impeçam tal dilatação. Exemplo: remoção do útero ou amputações do colo uterino.
4- Alterações tróficas da parede vaginal: em algumas condições, onde exista acentuada baixa da taxa de estrógenos, como ocorre na pós-menopausa, as paredes vaginais ficam mais finas e frágeis, tornando dolorosa sua dilatação.
5- Tumores pélvicos ou abdominais: que possam criar condições que dificultem a distenção da vagina durante o processo de excitação. Exemplo: miomas uterinos.

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