domingo, 15 de maio de 2011

VAGINISMO- Querer e não poder: angústia sem controle

Na adolescência as meninas despertam o olhar para o sexo, os medos e as curiosidades  se misturam até que chega o grande dia da primeira relação sexual.

Algumas mulheres sentem dificuldade de conseguir a primeira penetração. Em relatos, elas revelam casar virgem e demorar cerca de uma semana para concluir a penetração e ter uma relação completa.

Já para as mulheres que percebem uma dificuldade maior para perder a virgindade com contrações involuntárias dos músculos próximos à vagina que impedem a penetração pelo pênis, dedo, ou espéculo ginecológico ou mesmo de um tampão, estão manifestando um transtorno sexual chamado vaginismo.

No vaginismo a mulher não consegue controlar o movimento de contração, apesar de querer o ato sexual. Há intenso sofrimento e em alguns casos há manifestações de sintomas como náuseas, suor excessivo e falta de ar.
Esta disfunção é pouco conhecida e por muitas vezes mal interpretada pelos parceiros e por profissionais da saúde, como frescura, manha, nervosismo, na qual o acaba fazendo essas mulheres que sofrem, ouvirem recomendações como: "é só beber umas pra relaxar"; "relaxa e goza" etc.

O vaginismo pode ser facilmente identificado:

- Na consulta ginecológica, quando a mulher vai fazer o exame preventivo, basta apenas colocar-se na cadeira de exame para ocorrer a contração,  impedindo a sua realização. Considerando-se o papel importante do exame preventivo para a manutenção da saúde da mulher, a impossibilidade da realização deste também é algo preocupante.


 - Sozinha, a vagínica é incapaz de colocar o dedo no interior da vagina, seja para se conhecer, colocar absorvente interno ou aplicar medicamentos.


Em algumas mulheres, até mesmo o fato de pensar na possibilidade da penetração vaginal pode provocar este espasmo muscular. A contração apesar de variar sua intensidade, impede completamente a penetração. Caso consiga ter penetração com dor caracteriza-se como outro transtorno chamado dispareunia.

 Curiosamente, desde que não seja tentada ou prevista a penetração, a  mulher  pode ter resposta sexual normal, sendo assim, mantém preservado o desejo, o prazer e capacidade orgástica.


Algumas curiosidades sobre este transtorno


A vagínica consegue ter penetração para sexo anal sem problema. Vemos então que a questão envolve não especificamente a incapacidade de  relaxamento,  e sim o surgimento  de tensão  especifica relacionada à penetração do pênis na vagina. Em alguns casos a contração é tão severa que produz dores  musculares em todo o corpo. Pesquisas mostram que a contração vaginal é tão intensa que se um homem tentar penetrar, a sensação é que está tentando atravessar uma parede de concreto.


O parceiro, diante desta dificuldade, tende a colocar um pouco mais de força, acreditando que, passada a glande pelo canal vaginal, tudo será resolvido. Contudo, é comum as mulheres interromperem a tentativa de coito neste ponto.

Na próxima tentativa, mesmo que venha acompanhada de ótimas preliminares, a mulher se lembrará desta experiência e terá medo da dor que acredita que virá sentir novamente,  estabelecendo um círculo vicioso.

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